Completando um ano preso neste domingo (7), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aproveitou espaço na Folha de S.Paulo e publicou carta sobre o período. Com título “Por que têm tanto medo de Lula livre?”, o manifesto questiona a prisão do ex-presidente.
“Faz um ano que estou preso injustamente, acusado e condenado por um crime que nunca existiu. Cada dia que passei aqui fez aumentar minha indignação, mas mantenho a fé numa julgamento justo em que a verdade vai prevalecer”, escreveu Lula.
O ex-presidente também afirma que, mesmo preocupado com a injustiça que afirma estar
sofrendo, tem mais preocupação ainda com o futuro do Brasil. Nas palavras de Lula, essa situação é a que “mais o angustia”.
“O que mais me angustia, no entanto, é o que se passa com o Brasil e o sofrimento do nosso povo. […] Romperam limites da lei e da Constituição, fragilizando a democracia. Os direitos do povo e da cidadania vêm sendo revoados, enquanto impõem o arrocho dos salários, a precarização do emprego e o alto custo de vida”, enfatizou o ex-presidente.
Lula ainda cita o impeachment sofrido por sua sucessora Dilma Rousseff (PT) em 2016. Para o ex-presidente, tratou-se apenas de um “golpe […] contra o modelo de desenvolvimento com a inclusão social que o país vinha construindo desde 2003” [Lula assumiu a presidência neste ano].
Ao finalizar sua carta, Lula ainda cita o atual presidente, Jair Bolsonaro (PSL), como também Sergio Moro, atualmente Ministro da Justiça e à época juiz responsável por condenar Lula.
“Fui condenado em, prazo recorde, por Sergio Moro e pelo TRF-4, por ‘atos indeterminados’ sem que achassem qualquer conexão entre o apartamento que nunca foi meu e supostos desvios da Petrobras. O Supremo negou-me um justo pedido de habeas corpus, sob pressão da mídia, do mercado e até das Forças Armadas, como confirmou recentemente Jair Bolsonaro, o maior beneficiário daquela perseguição”, finaliza.